EVOLUÇÃO DO COMITÊ INTERNACIONAL DA CRUZ VERMELHA

Heloisa DONATTI

Resumo


O presente trabalho consiste em abordar a origem e o desenvolvimento do principal
órgão do direito humanitário: o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, utilizando
métodos de procedimento bibliográfico e analisando o tema no âmbito internacional.
Até o final do século XIX não havia nenhum ramo do direito internacional que
estabelecesse as leis de guerra e combates, os soldados feridos no campo de batalha
eram tratados de forma desumana e isso levou a criação do Comitê dos Cinco com a
ideia central de socorro e tratamento para esses soldados feridos em combate. O
comitê após conferências diplomáticas para que os países adotassem suas
resoluções com força de lei, obteve apoio de vários países, sendo então, em 1864
assinada a Primeira Convenção de Genebra para melhorar a situação dos soldados
feridos em guerra, dando origem, dessa forma, ao atual Direito Internacional
Humanitário. O papel do Comitê se tornou cada vez mais ativo, ampliou suas
atividades para proteger os prisioneiros de guerra e lançou aos que fazem parte da
guerra um chamamento para que eles renunciassem o uso de gases tóxicos. Sua
abrangência só aumentou o longo dos anos. A preservação da paz se transformou em
questão prioritária. Mas mesmo com todos os seus esforços a segunda guerra
mundial, o surgimento da era nuclear, a tensão internacional, tudo isso foi desastroso
e causou sequelas, sendo então necessário para superar esses obstáculos a
ampliação da Convenção de Genebra e a adoção de protocolos adicionais.
Atualmente o comitê tem procurado fortalecer sua relação com o setor privado, pois
isso ajuda nos seus claros objetivos: fortalecer sua capacidade de ajudar às vítimas
de guerra e difundir os princípios humanitários entre as empresas que desenvolvem
atividades em zonas expostas a conflitos. Essa aproximação fez com que várias
dessas empresas tomassem iniciativas no âmbito da responsabilidade social
corporativa e apoiassem atividades humanitárias. A globalização faz com que o setor
privado tenha cada vez mais importância nas relações internacionais, principalmente
em zonas onde existem intensas comoções políticas e sociais ou conflitos armados.
Dentro das atividades atuais do comitê, está também a função de manter e difundir os
princípios fundamentais, que são: a imparcialidade, a neutralidade, a independência,
o voluntariado, a unidade e a universalidade. O comitê está presente em mais de 60
países e realiza suas atividades em mais de 80, sua importância é grandiosa a ponto
de as agências internacionais declararem que em 2001, no território Afegão, cerca de
vinte e cinco por cento da população sobreviveu apenas do que recebeu do comitê.
Analisando o exposto nota-se que é imensurável a importância do trabalho do Comitê
para com as pessoas desses países que passam por conflitos. É também relevante
seu trabalho para a evolução e a aplicação do Direito Internacional Humanitário no
mundo, pois é unicamente por meio dessas organizações internacionais que muitas
pessoas têm chance de sobrevivência e os países em conflito, tenham respeito à
pessoa humana em respeito à da Convenção de Genebra.


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