COLORISMO E ESTRATÉGIA DE PERPETUAÇÃO DO RACISMO NO BRASIL

Mayelle Romano SAVI, Melissa PINTO

Resumo


Em um cenário de colonização, o colorismo é muito comum. Quanto mais pigmentada uma pessoa, mais exclusão e discriminação ela sofrerá. O colorismo é muito comum em países que sofreram com a colonização europeia e em países pós escravidão. Isso dificulta e até impede completamente o acesso de pessoas de pele escura a determinados lugares da sociedade. Muitas dessas ações, da esfera privada à governamental, continuarão voltadas para a comunidade negra, mas principalmente para os negros de pele mais clara. Portanto, é importante que o movimento negro acolha os negros de pele clara, e não os exclua. O resultado são milhares de brasileiros de pele clara vivendo na encruzilhada de ser ou não ser negro. Temos como conceito central comum desse conjunto de atos normativos, temos um conceito central de que dentro das comunidades nacionais existem grupos com identidades específicas que garantem o controle de suas próprias instituições e modos de vida. Portanto, para os Estados-nação, a defesa da diversidade cultural torna-se um imperativo para respeitar a dignidade humana. Este elemento é importante porque representa especificamente nossa brancura em seu ariano, o que não é em sua pureza. No Brasil, talvez mais do que no resto do mundo, o clareamento é uma dessas estratégias. Além disso, dificulta ou até mesmo bloqueia completamente a entrada de pessoas de pele escura em determinados segmentos da sociedade. Erradicar o racismo é uma estrutura questionável das populações negras de diferentes formas: através do genocídio, da exclusão territorial, da fome. Em uma pesquisa marcante nos anos 90, eles perguntaram: “Você se considera racista?” 97% disseram “não”, e quando perguntados se conheciam algum racista, 97% responderam que sim. Então há uma certa contradição, não temos certeza do que é o racismo em si. O branqueamento populacional é uma política nacional, mas também é aplicada do ponto de vista psicológico, interferindo no inconsciente das crianças negras. As leis que estabelecem o racismo trouxeram diversos comportamentos que impedem as pessoas de exercerem seus direitos. Os tribunais, por serem tendenciosos, acabam transformando esse crime em um insulto racial. Politicamente, os sistemas eleitorais que mantêm o privilégio da elite e a segregação racial mantiveram essencialmente a estrutura do modelo imperial. A normalização da sociedade branca veio em grande parte do setor jurídico, fortemente influenciado pelo racismo científico. Com a perseguição religiosa, a padronização branca da sociedade tornou-se mais explícita. O advento do Movimento Glamour e dos neopentecostais mais uma vez ameaçou o pluralismo e a diversidade cultural da nação brasileira.

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