VOLUNTARIADO: A OUTRA FACE DA MOEDA

Ana Paula Santana Giroto, Gislaine Teixeira Girotti, Mariane Meneguetti Serra, Rogéria Claudia Guinossi Barbosa Deák, Sônia Regina Nozabielli

Resumo


Este estudo busca desvelar a razão do (re) surgimento do voluntariado no Brasil, que não é algo novo. Constitui-se numa prática antiga, que a partir da década de 90, se
tornou manchete de revistas e jornais, e adentrou a agenda política dos governos.
No levantamento bibliográfico, constatamos que grande parte do material existente sobre o tema estimula essa prática. Hoje existem: legislação, perfil, dentre outros aspectos,
que se referem ao voluntariado. Esse aparato nos levou a indagar: Por que tudo isso foi criado? A interesse de quem? Quem seria o maior beneficiado?
Para responder essas questões, recorremos a diversos autores que tratam desta temática com o objetivo de desmistificar as idéias que dão sustentação ao serviço
voluntário contemporâneo.
As abordagens desses autores expressam perspectivas teóricas distintas. Há autores que defendem essa prática considerando-a como uma atitude de cidadania, e outros
procuram identificar as múltiplas determinações do serviço voluntário a partir da lógica da desresponsabilização do Estado.
De acordo com a perspectiva crítica de análise, a razão em transferir a intervenção das expressões da questão social para o voluntariado não ocorre, como muitos autores
afirmam, por motivos de eficiência ou incapacidade do Estado. O pretexto é fundamentalmente político-ideológico, de retirar da dimensão do direito universal do cidadão, as políticas sociais estatais, desresponsabilizando o Estado de seu dever.
Ao enfrentar os problemas sociais de forma fragmentada, o voluntariado não toma consciência da gênese e do desenvolvimento de tais problemas, ficando impossibilitado de
enfrentá-lo dentro de uma ordem social, que é seu fundamento.
PALAVRAS-CHAVE: Voluntariado; Solidariedade; Filantropia; Desresponsabilização Estatal; Questão Social.

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