O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA: UMA ANÁLISE HISTÓRICA DAS CONDICIONANTES DO SEU ATRASO TECNOLÓGICO

Rildo José Venturim, Sandro Bertolli

Resumo


A indústria brasileira, após intenso processo de crescimento e consolidação durante
seu período de industrialização substitutiva de importações (1956-1979), passou a sofrer,
dentro de um contexto de mudança de paradigma, um constante processo de defasagem no
que tange à incorporação de tecnologias a partir dos anos 80, onde esse atraso se
manifestou tanto na obsolescência das máquinas e equipamentos, quanto nos modelos
administrativos e nas relações capital-trabalho, devido principalmente ao Estado, principal
fomentador do seu desenvolvimento ter perdido a capacidade de realizar políticas
industriais e tecnológicas que promovessem uma rearticulação interna das forças
produtivas. Nesse sentido, a proposta desse trabalho se concentra em apresentar os
determinantes fundamentais do atraso tecnológico da indústria brasileira decisivamente a
partir dos anos 80, analisando-se, para isso, as condicionantes políticas, econômicas e
ideológicas, tendo-se como foco, as PI e PT promovidas pelo Estado, que mesmo
fomentando um crescimento industrial acelerado da economia com base no paradigma de
produção em massa, somente prezaram pelo desenvolvimento de uma indústria voltada
para uma produção de cunho vertical, que quando se tornou necessário à transição para o
novo paradigma de produção flexível, que tem como base a geração de capacidade
tecnológica, criou inúmeras barreiras. Mesmo a economia, tendo buscado desenvolver um
núcleo de pesquisa e desenvolvimento, ciência e tecnologia, esse não foi dinâmico o
bastante a ponto de colocar o país em movimentos de catching up tecnológico constante
como ocorria nos países desenvolvidos, direcionando o desenvolvimento da economia para
o novo paradigma produtivo. Dessa forma, será utilizado no presente trabalho os
referencias teóricos da abordagem schumpeteriana, para elucidar os fatores que levaram a
estrutura industrial brasileira, a buscar um processo de reestruturação nessas duas últimas
décadas, onde o que se constata é um total descaso com a PI e PT, se formando uma
estrutura de pouca competitividade nos setores mais dinâmicos, os de alta tecnologia, que
representam atualmente o segmento chave da competição empresarial internacional, onde a
modernização tecnológica tem que se assimilada fora do país, criando uma profunda
dependência externa que impede o pleno desenvolvimento da economia.
PALAVRAS-CHAVE: Schumpeter; Neo-schumpeterianos; industrialização brasileira;
política industrial; política tecnológica; reestruturação; inovações tecnológicas; destruição
criativa; capacidade inovativa.

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