O VALOR NO CAPITALISMO: UM BREVE ENSAIO CRÍTICO À MICROECONOMIA CONTEMPORÂNEA

Paulo Sérgio Ferreira, Sandro Bertolli

Resumo


Através do raciocínio crítico, utilizando o artigo de Piero Sraffa, como
exemplo de contestação construtiva, na presente monografia tenta-se formular
uma linha lógica de entendimento histórico, tanto didático quanto de expressão de
pensamento individual, enfatizando o valor, a sua concepção inicial no capitalismo
emergente até os dias atuais.
Baseando-se em referenciais teóricos, desde Adam Smith até Joe S. Bain
constrói-se um roteiro tecendo uma cadeia seqüencial, na qual o valor, do seu
estágio primitivo capitalista, passa, ao longo da evolução histórica do capitalismo,
por mudanças conceituais na sua gênese. No início, as mercadorias são
valoradas pelo valor trabalho. Na seqüência do scritp, visualiza-se que há uma
ruptura - a utilidade do bem é que constitui a nova valoração dos produtos: o seu
preço e o seu custo.
Revela-se, também, nesta explanação, um dado extremamente importante:
o enfraquecimento da relevância dos conflitos das classes econômicas, antes
indissociáveis nas relações econômicas – humanas. A partir dos neoclássicos
reduz-se o mercado e as suas inter-relações, praticamente, somente a dois
parâmetros: o preço e o lucro.
Nesse novo processo de desenvolvimento do capitalismo entre as firmas,
indústrias e empresas ocorrem transformações nas relações comerciais: da
concorrência perfeita “evolui-se” até a formação dos cartéis e trustes,
conglomerados que possuem uma força descomunal de mercado.
Nessa linha de pensamento, insere-se a crítica de Sraffa ao modelo
neoclássico de Marshall que, além de verdadeira, serve de modelo e “suporte”
para tentar fazer com que os estudantes de economia, professores e os próprios
profissionais da área percebam o quanto é importante ter uma visão crítica,
contestadora, positiva, para que o mundo se torne de alguma forma mais “justo” e
solidário.
PALAVRAS - CHAVE: Teoria clássica do valor trabalho; teoria neoclássica do
valor; utilitarismo; neoclássicos; preço; mainstream; oligopólios; microeconomia.

Texto completo:

PDF