NAVEGANDO PELA CRISE: A RELAÇÃO ENTRE AS NOVAS MORFOLOGIAS DO TRABALHO E O SUICÍDIO ENTRE TRABALHADORES
Resumo
O presente estudo tem por finalidade discutir a relação entre as novas formas de organização do trabalho e o fenômeno do suicídio. A partir da Teoria Crítica da Sociedade, que permite ampla análise dos fenômenos sociais, objetivou-se apresentar as principais mudanças históricas no mundo do trabalho e os seus desdobramentos à subjetividade dos trabalhadores. Com isso, foi possível identificar que o adoecimento psíquico dos trabalhadores e o suicídio relacionado ao trabalho se associa às novas morfologias do trabalho, especialmente desde a reestruturação produtiva de 1970 e o processo de flexibilização que esta engendrou; o crescente individualismo organizacional e a ausência de mobilização coletiva; o enfraquecimento do movimento sindical; as novas políticas de gestão de pessoal; a perda do poder de barganha do trabalhador; o medo do desemprego; e a ausência de políticas públicas para a mitigação do problema. Assim, sugere-se que o fenômeno seja analisado a partir das lentes apropriadas, não sendo reduzido aos aspectos psíquicos que o constituem, mas, especialmente, às determinações sociais que o favorecem.
Palavras-chave
Suicídio; sicologia do trabalho; Teoria crítica da sociedade