INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: CAPACIDADE GENERATIVA E SUBSTITUTIVA DENTRO DO MERCADO DE TRABALHO

Maria Fernanda Gomes BACCARIN, Marina MARQUES, Nicole Tamy Daleffi NAMBA

Resumo


Destaca a influência direta da aplicação da Inteligência Artificial Generativa nas relações de emprego, na redução dos índices de desemprego e, consequentemente, no Direito do Trabalho. Objetivo - Identificar as consequências resultantes da inserção de novas tecnologias nos ambientes trabalhistas, com base na análise da interferência dos meios de automação da Inteligência Artificial no mercado de trabalho, visando evidenciar o principal desafio: evitar o condicionamento da discriminação e do desemprego. Métodos - Para a obtenção de resultados optou-se pelo levantamento documental de dados consolidados, através de pesquisa quantitativa, com orientação analítico-descritiva, por meio de revisão bibliográfica, baseado, principalmente, em demonstrativos obtidos por organizações internacionais e entidades que regulamentam as atividades laborais. Resultados - O estudo indicou que, embora a crescente implantação de tecnologias baseadas na Inteligência Artificial deve afetar cerca de 40% de todos os empregos do mundo, conforme análise do Fundo Monetário Internacional, o potencial da IA de complementar empregos é maior do que o potencial de substituí-los. Fator essencial para a constatação de que o emergente impacto dessa aplicação não seja a destruição de empregos, mas sim possíveis mudanças na qualidade desses empregos, informação destacada pelo novo estudo realizado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho). Outro ponto bastante abrangente pela pesquisa da OIT é a questão das notáveis diferenças entre os níveis de desenvolvimento das nações e sua relação com a implantação da IA nas atividades laborais. Foi constatado que, em países de alta renda, certa de 5,5% dos empregos serão potencialmente expostos aos efeitos da automação, enquanto naqueles países de baixa renda, essa porcentagem cai para 0,4%. Outra análise aponta que a parcela de pessoas que estão sujeitas a perder seu posto de trabalho para a Inteligência Artificial na América Latina ainda é baixa, variando entre 2% e 5% (no Brasil, está em 2%). Por fim, a pesquisa também analisou o evidente “grau de incerteza” em relação à exposição dos trabalhadores às transformações iminentes da IA, constatando que, no Brasil, aqueles trabalhos que podem se aproximar mais do risco de automação correspondem a 22% do total de trabalhos. Conclusões - Os dados obtidos apontam que o crescente uso da Inteligência Artificial tem grande potencial de aumentar e viabilizar as produções dentro das empresas, não tão somente substituir empregos repetitivos e previsíveis, mesmo que de maneira mais lenta, da mesma forma que, sob um viés inovador, ser o responsável por complementar ainda mais os empregos, ao invés de descontinuá-los, podendo, evitar o desemprego em massa e a acentuação de desigualdades e discriminações relevantes nas sociedades. Importante destacar que tratam-se de conclusões parciais, uma vez que muitos desses estudos ainda estão sendo desenvolvidos e aprofundados.

Palavras-chave: Inteligência Artificial Generativa; Relações de emprego; Novas tecnologias; Desemprego e desigualdades; Viabilização de produções


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