A ANARQUIA E A LIBERDADE INDIVIDUAL

Daniel G. O. C Rodrigues, Cláudio Sanches

Resumo


O fenômeno do Anarquismo existiu no Brasil? Como movimento político e social, pretendia destruir

os freios da religião, Estado, propriedade privada, lei que, segundo suas teorias, se interpõe entre

o individuo e sua liberdade?. Métodos pesquisados: Dedutivo e Indutivo. Resultados:

Freqüentemente identificado com a violência indiscriminada e com a negação de todos os valores

estabelecidos, o anarquismo, para além dos excessos que possam ter gerado essa caricatura é,

no entanto, um capítulo de grande importância na historia política e social do Ocidente, desde o fim

do século XVIII. Segundo o anarquismo, todos os tipos de autoridade – política, religiosa etc. – são

contrários à liberdade individual e devem ser repelidos e eliminados. Um contrato individual

livremente aceito pelos homens asseguraria a justiça e a ordem. Dessa forma, vários destes

contratos geraria um sistema em equilíbrio dinâmico em que a solidariedade seria muito superior

às obtidas no sistema baseados na autoridade e na coerção. O Estado Moderno – afirma os

anarquistas – encontra sua legitimação na ficção democrática, que consiste em atribuir a cada um

o direito de voto. Isso cria a ilusão de que o povo governa a si mesmo, quando, na verdade, as

múltiplas manipulações do sistema levam à preservação da desigualdade, apesar das aparências

de igualdade jurídica. Por isso, o militante anarquista sempre se absteve de votar nas eleições, em

cujas virtudes não crê. A primeira tentativa anárquica no Brasil data provavelmente da criação da

colônia Cecília no município de Palmeira – PR em 1889, por iniciativa do jornalista e agrônomo

italiano Giovanni Rossi, que havia pleiteado ao governo do império o estabelecimento de uma

colônia experimental para os estrangeiros que fosse o núcleo inicial de uma “sociedade nova”. O

anarquismo predominou na luta pelas reivindicações operárias até a formação do Partido

Comunista em 1922 que se organizou com a cisão do bloco literário, após o malogro do Partido

Comunista Anarquista em 1919. As grandes greves de 1917 a 1919 em São Paulo e Rio de

Janeiro obedeceram ao comitê constituído por uniões, federações e resistências de hegemonia

anarquista, com a simpatia de libertários, como Lima Barreto e Fábio Luz. No Rio de Janeiro

destacou-se sobretudo José Oiticica, que se manteve sempre fiel às suas idéias, à frente do

periódico Ação Direta. Conclusão: Apesar de um aparente ressurgimento nos últimos anos da

década de 60, o movimento anarquista, como organização de massas, não sobreviveu a Segunda

Guerra Mundial. Porém, muitas de suas teses, como a de que o Estado se interpõe entre o ser

humano e sua realização pessoal, chegaram a tornar-se triviais entre numerosos pensadores do

mundo. Hoje em dia, no Rio de Janeiro e na Bahia há jornais anarquistas que publicam a historia

do anarquismo e editam escritores do gênero.


Palavras-chave


Anarquismo. Liberdade individual.

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