CRIANÇAS, ADOLESCENTES E ADULTOS: FASES DIFERENTES, LEGISLAÇÕES DIFERENTES

Fernanda Trombeta Ferruzi, ARANDA, Graziele Maria Gatti ARANDA, Graziele Maria Gatti ARANDA, Graziele Maria Gatti, Simone Tarifa da Rocha, Thaís Gaspar Mendes, Selma Regina de Andrade

Resumo


Atualmente no Brasil, a questão da redução da idade penal para fins de inimputabilidade do

adolescente tem provocado grandes debates na sociedade, sobretudo pelo expressivo aumento

da violência e criminalidade praticado por estes jovens. Surge assim, uma diversidade de opiniões

sobre o tema, quase sempre equivocadas e permeadas de muitos mitos. Neste cenário grande

parte da população posiciona-se a favor da redução da idade penal e apresentam uma gama de

argumentos que se tornam frágeis frente à desmistificação construída a partir de uma visão

dialética da realidade social. Neste momento torna-se evidente o objetivo deste trabalho, que é a

necessidade de desmistificar a proposta da redução da idade como uma solução eficaz ao

problema da criminalidade infanto-juvenil. Dessa forma através de estudo bibliográficos de uma

ampla pesquisa exploratória qualitativa, procurou-se fazer uma análise dos vários elementos

relacionados aos adolescentes para então se compreender o envolvimento desses com o crime.

Contudo, a pesquisa aponta que tal problemática não é fruto de uma única causa, mas que é um

fenômeno multicausal. Ou seja, a criminalidade na adolescência pode ser resultado de múltiplas

causas, por isso, abordar o adolescente em conflito com a lei, implica em ir além da síntese do ato

por ele praticado e considerá-lo sob uma ótica de totalidade. A pesquisa também esclarece que

este adolescente quando autor do ato infracional não está impune, esse está obrigado a ajustar

sua conduta como o que determina o ordenamento jurídico especifico a sua idade. Assim, embora

sejam inimputáveis perante o Direito Penal comum, os adolescentes respondem pelos seus atos

delituosos e são imputáveis frente ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Essa legislação, além

de dispor sobre a proteção integral das crianças e dos adolescentes, também apresentam

medidas sócio educativas que propõem ações educativas e ressocializadoras aos jovens que

cometem transgressões penais. Diante disso os resultados do trabalho mostram que se adultos,

adolescentes e crianças são diferentes – cronológica, física e psicologicamente – não podem ser

tratados de maneira igual. Portanto, o estudo permite dizer que a proposta da redução da idade

penal é uma medida imediatista e inviável, pois não considera o adolescente como um ser em

desenvolvimento, tampouco a realidade em que ele está inserido, onde a maioria se encontra

desprovida de seus direitos básicos e sofrem uma violência estrutural que não é nem um exemplo

de desenvolvimento humano. Assim, conclui-se que não é preciso mais leis, é necessário que

cumpra-se as que estão em vigor e que se invista num sistema efetivo de proteção integral que

considere crianças, adolescentes e suas famílias como prioridades.


Palavras-chave


Inimputabilidade. Adolescente. Criminalidade.

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