O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E HUMANO RECENTE EM PRESIDENTE PRUDENTE: NOTAS A PARTIR DE UM ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE ECONOMIA LOCAL

Resumo

Na presente pesquisa buscou-se analisar o comportamento de alguns indicadores econômicos e humanos de Presidente Prudente. A partir de documentação bibliográfica e de base de dados de fonte secundária, verificou-se que, economicamente, utilizando-se os indicadores de Valor Adicionado como proxy da produção de riqueza, do Índice de Participação dos Municípios na Arrecadação do ICMS (IPM), do PIB e do PIB per capita, o município de Presidente Prudente apresenta uma situação recente relativamente delicada, com perda de dinamismo e retração da atividade produtiva, dificultando, assim, não só o seu desenvolvimento econômico, como também, o de sua microrregião geográfica3. Porém, ao analisar-se o quesito desenvolvimento humano, utilizando-se o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Organização das Nações Unidas (ONU), Presidente Prudente ocupa posição de destaque tanto em nível nacional, como tanto na Unidade da Federação e principalmente na sua microrregião, situando-se aqui como município de desenvolvimento humano elevado. Dentro deste contexto, o município apresenta posições relativamente conflitantes, uma vez que economicamente apresenta um quadro preocupante e pela ótica do desenvolvimento humano apresenta situação confortável, levando ao posicionamento de que a condição estritamente econômica do município não condiz com sua condição relativa ao desenvolvimento humano. Com relação aos dados nacionais e do Estado de São Paulo, Presidente Prudente destacou-se com relação ao seu IDH, ficando na 30ª posição em 1991 e 47ª em 2000, com relação aos municípios do Brasil, estando na 16ª posição em 1991 e passando para a 14ª em 2000, com relação aos municípios paulistas. Quanto à análise microrregional, em todos os indicadores considerados, renda, longevidade e educação, o município de Presidente Prudente destaca-se, posicionando-se em 1º lugar no ranking geral do IDH microrregional, assim como se destacou também com relação aos indicadores parciais do IDH: (i) 1º lugar no Índice de Renda (IR) e em seu indicador parcial, renda per capita; (ii) 8° lugar no Índice de Longevidade (IL) e 8° no seu indicador parcial, a esperança de vida ao nascer e, finalmente; (iii) 1° lugar no Índice de Educação (IE) , ocupando o 3º lugar em relação à Taxa Combinada de Matrícula e o 1º lugar com relação à Taxa de Alfabetização de Adultos. Assim, a questão forte que emerge dessa discussão está exatamente vinculada à análise do caso prudentino: um município que, economicamente, vem apresentando recentemente um quadro preocupante relativo aos seus caracteres econômicos de retração de crescimento e de baixo dinamismo e que, ainda assim, pela ótica do IDH, apresenta-se numa condição bastante confortável. Logo, a realidade dos dados eminentemente econômicos de Presidente Prudente, embora esparsos e carentes de melhor refinamento,destoa da dos indicadores humanos locais, levando possivelmente a uma noção bastante imprópria da realidade econômica e, mesmo, social e humana do município.