IJIME – O ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO DO DEKASSEGUI.

Sérgio Toshio Koga, Sérgio Tibiriçá Amaral

Resumo


Nas vésperas da comemoração do centenário da imigração japonesa no Brasil, o que verificamos é um movimento contrário ao ocorrido há quase um século. É o “fenômeno dekassegui”, consistente na imigração em massa de nikkeis que partiram para o Japão na expectativa de fazer fortuna. No início, os dekasseguis eram contratados para trabalhar nas grandes empresas automotivas, mas hoje atuam nos mais diversos ramos da economia. No entanto, os brasileiros encontram sérias dificuldades de adaptação, principalmente devido à cultura oriental, muito distinta da brasileira. Um dos aspectos da cultura japonesa se observa na importância exacerbada conferida à imagem do indivíduo. Há uma preocupação muito grande em relação ao que os outros pensam a seu respeito. A este sentimento se atribui a expressão “tatemae”. Em defesa deste sentimento, o japonês procura efetuar suas tarefas com perfeição, e quando falha sua honra e moral são prejudicadas. No Japão, existe um mecanismo que há centenas de anos é utilizado para garantir os valores daquela sociedade: o ijime (assédio moral), que significa maltratar, judiar. Caso o indivíduo não realize a tarefa com perfeição, é castigado através do ijime. O ijime é aplicado no ambiente de trabalho japonês, e atinge também os dekasseguis. Trata-se de ato ilícito, que fere além de outros direitos, a dignidade da pessoa humana. É preciso que o Estado japonês crie mecanismos para combater a prática do ijime, conscientizando a população sobre sua ilicitude.

Palavras-chave


Ijime. Dekassegui. Assédio.Moral. Trabalho.

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