EFEITOS TERAPÊUTICOS DA MÚSICA EM UMA BRINQUEDOTECA HOSPITALAR

Fábio Camargo Bandeira Villela, Manfred Toninger, Tagiane Maria da Rocha Luz, Vanessa Alessandra Gonzalez Vieira

Resumo


O ambiente hospitalar geralmente é um ambiente frio, onde as pessoas sabem que estão ameaçadas por algum mal e, por isso, precisam se “prender” a medicamentos e aparelhos. O projeto da Brinquedoteca Hospitalar visa a amenizar o efeito devastador desse ambiente, utilizando-se de atividades lúdicas que envolvem brinquedos, contar histórias, cantar, desenhar e pintar. O presente trabalho utilizou a atividade musical como entretenimento para as crianças e mães. Após um período, foi possível perceber que as letras das músicas escolhidas pelos adultos e crianças traduziam conteúdos psíquicos específicos, geralmente relacionados à hospitalização, revelando desejos, fantasias, e, principalmente, angústias. Apresentamos o caso da menina J: estava internada e sua mãe, T., mostrava-se muito atenciosa e feliz com seu bebê. O grupo se apresentou e cantou uma música para fazer uma aproximação. Enquanto cantava, percebia que a pequena buscava e fixava o olhar em sua mãe, que respondia com olhares recíprocos. A mãe, quando questionada se cantava para sua filha, respondera afirmativamente e cantava – Nesta rua tem um bosque. A letra contém em seus versos palavras que exprimem o sentimento dela pela filha. As canções funcionaram como ferramenta para mediar e facilitar a compreensão desses conteúdos. Boa parte do conteúdo só pode ser confirmada com o transcorrer das atividades, através de decurso associativo e repetição do material inconsciente. A música também cria um campo psíquico favorável à elaboração de angústias pelos pacientes, familiares e funcionários, tornando o hospital um local mais suportável e acolhedor.

Palavras-chave


Brinquedoteca Hospitalar. Psicanálise. Música. Espaço Potencial.

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