A INCLUSÃO DIGITAL CONTRIBUINDO PARA UMA INTERAÇÃO SOCIAL

Resumo

A revolução tecnológica desencadeada pela informática fez surgir uma problemática, devido ao acesso disponível, principalmente às pessoas menos favorecidas, por não obterem condições financeiras de possuir um computador. Percebendo essa necessidade, as Faculdades Integradas “Antonio Eufrásio de Toledo” desenvolveram, junto ao seu departamento de extensão universitária, o projeto Inclusão Digital, que tem como princípio oferecer cursos sobre noções básicas de informática, oportunizando especialização a essas pessoas desfavorecidas. A iniciativa é desenvolvida em parceria da Toledo com instituições sociais como a São Vicente de Paulo e a Fraternidade São Damião, as quais são responsáveis pela seleção dos alunos, pelos recursos e pelo espaço físico a serem utilizados. Já os alunos da graduação ministram as aulas, que são preparadas com comprometimento e dedicação para que se tornem aulas criativas e de qualidade, a fim de obter a total atenção e melhor desempenho dos alunos. Nesse sentido, o projeto é importante para que o aluno graduando aprenda a dar valor (importância) às oportunidades que a vida lhe oferece. No que diz respeito aos alunos assistidos, é possível observar o grau de seriedade com que eles seguem as aulas, pois são pessoas trabalhadoras, homens e mulheres que lutam a semana toda para conseguirem o sustento da família, que trabalham em casa e cuidam dos filhos, mas que disponibilizam algumas horas de seu tempo para irem à luta, mais uma vez, buscando aprimoramento, no desejo de uma vida melhor. São pessoas que sabem valorizar as poucas oportunidades que a vida lhe oferece. São exemplos a aluna Raquel que sai de sua casa no Bairro São João e caminha até a Fraternidade São Damião, no Jardim Santa Paula, ou seja, ela caminha aproximadamente 6km para chegar ao local das aulas, deixando seus dois filhos pequenos com as vizinhas se submetendo a críticas do tipo; como, por exemplo, a de que Curso de informática é luxo. Mas mesmo assim, depois de uma semana cansativa, ela não desanima e se dedica muito durante a aula. Há ainda a aluna Arminda, uma senhora com 64 anos, que, apesar de sua idade e sua imensa dificuldade de lidar com o micro, entrou no projeto em busca de aprendizagem e atualização, e hoje já se relaciona com alguns familiares através de e-mail. É gratificante para os extencionistas (professores do projeto) saber que estão contribuindo para a realização de sonhos e para uma sociedade mais igualitária e mais justa. E que também estão contribuindo com sua formação profissional, pois o crescimento não será somente para os alunos do projeto, mas também para os extencionistas, que agregam a cada aula conhecimento, valores, desenvolvimento da capacidade de oratória e sensibilidade social.