TRANSFORMAÇÕES DA ESTRUTURA FAMILIAR

Franciele Mathias Cardozo

Resumo


A família, ao longo da historia, passa por transformações conceituais. Na Idade

Média, família era definida pelo casamento, sendo este o motivo que levaria a

constituição da família, o que aconteceria através de arranjo entre os familiares,

mais precisamente dos pais, levando em conta o dote (manutenção ou o aumento

deste), e o status social; os noivos não opinavam sobre a escolha, só se conheciam

no dia do casamento, tornando-se então família, juntamente com os filhos que viriam

sendo estes um objeto ou um utensílio. Passado o tempo, a Europa obteve seu

próprio modelo de família, sendo família burguesa tradicional estruturada com pai,

mãe e filhos, sendo o casamento escolha individual e afetiva. A partir daí, a

denominação família passou a ser idealizada pela sociedade como no modelo

anterior, mas agora ligada pelo laço do amor, o filho era de grande importância aos

pais e obtinham maior atenção destes, cabendo às mães a educação dos mesmos.

Assim, o papel dos membros familiares foi sendo aos poucos alterado, a mulher

cuidava dos filhos, dos afazeres domésticos e das necessidades do marido e o

ultimo caberia o sustento familiar. Com a evolução, globalização, as transformações

ocorridas no dia-dia, família passou a ter nova estrutura, valores e condutas; não se

tem mais a figura da família tradicional e tão pouco se fala em casamento para se

obter uma família. A família contemporânea possui características diferentes das

anteriores, agora não existe modelo único de família, podendo ser monoparental,

substituta, tradicional ou um grupo de pessoas que escolhem por razões afetivas

conviver com outras pessoas em determinado local tendo ou não criança,

adolescentes, jovem ou idoso. Juntamente com essa nova formação familiar os

problemas sociais, econômicos, psicológicos foram sendo constatados. A mulher

agora precisa procurar trabalho fora do lar, para sustentar sua família, o marido ou

simplesmente o pai não trás em si a responsabilidade de antes, e muito menos o de

sustentar a família, as crianças não são mais criadas com as mães e com os pais,

podendo te apenas a presença do papel de um deles. Portanto, família pode ser:

aquela em que há uniões livres sem casamento civil ou religioso; a tradicional,

formada por pai, mãe e filhos, onde a sociedade julga não ter problemas; aquelas

chefiadas apenas por mulheres ou homens (monoparentais) decorrentes de diversas

situações; mulheres que decidem ter filhos sem saber quem é o pai (produção

independente); formadas por casais homossexuais; ou por pessoas convivendo no

mesmo espaço sem vínculo de aliança ou consangüinidade, mas com ligações

afetivas. Ser família hoje, é ter laços afetivos, onde o principal componente é o amor,

o respeito, a transparência, além do cuidado de uns com os outros, procurando na

verdade a felicidade em comum.


Palavras-chave


Família. Idade Média. Europa. Contemporânea. Globalização.

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