MAIOR PODER DE COMPRA?

Samuel B. Cordeiro, Maria Lucia Ribeiro da Costa

Resumo


Nos últimos anos o poder de compra dos brasileiros vem aumentando. As classes
mais pobres estão comendo mais, bebendo mais, enfim comprando mais. Com
isso o comércio no geral está vendendo mais, e conseqüentemente estão
produzindo mais e contratando mais funcionários. Segundo o relatório de 18 de
dezembro de 2007 do Banco Mundial, o Brasil é responsável por metade da
economia da América do sul, e o poder de compra dos brasileiros é igual ao dos
moradores de países como Reino Unido, França, Rússia e Itália. A cada dia que
passa o consumidor brasileiro usufrui mais e mais desse poder de compra,
principalmente no que diz respeito às compras a prazo e financiamentos.
Conseguir crédito hoje está muito mais fácil do que alguns anos atrás e, para um
povo que tem a cultura de gastar mais do que tem, isso acaba se tornando uma
faca de dois gumes, o que no começo era um sonho, na maioria das vezes, depois
das primeiras parcelas, acaba se tornado um verdadeiro pesadelo. A falta de
planejamento, de experiência com o crédito, acaba fazendo do brasileiro uma
presa fácil dos cheques pré-datados e cartões de crédito inadimplentes. Com as
facilidades dos pagamentos em várias vezes os consumidores acabam
comprando mais do que realmente precisam, essa falta de controle acaba
refletindo não só no orçamento mas também no lixo doméstico e na economia
como um todo. O desperdício principalmente em relação aos alimentos no Brasil
que é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, chega a cerca de 40%
(dados divulgados no Fantástico 05/08/2007). Esse desperdício todo juntamente
com o aumento de consumo dos brasileiros acaba se refletindo nos preços,
principalmente dos produtos alimentícios e, como se já não fosse o bastante, os
produtores rurais estão trocando a Pecuária e o cultivo dos Grãos e Hortaliças
pelo cultivo Cana de açúcar. Com a queda na oferta e o aumento da procura, este
ano, os brasileiros passaram e estão passando por uma série de aumentos
consecutivos nos alimentos. Alguns exemplos como o do Feijão e da Cebola que
segundo o IPT (Índice de Preços Toledo) registrou no período dos últimos 12
meses uma inflação de 112% e 94% respectivamente, estão cada dia mais
comuns. Mas, então, o que fazer para melhor utilizar esse aumento no poder de
compra sem cair nas armadilhas do comércio e sem aumentar a inflação? Volta a
tona a velha e boa receita de pesquisar sempre, comprar o necessário, não fazer
estoques e tomar cuidado com as ofertas que de ofertas não tem nada.

Palavras-chave


IPT. Pesquisa de Preços. Alimentos.

Texto completo:

PDF