O AFRODESCENDENTE NO CONTEXTO HISTÓRICO DA MONARQUIA BRASILEIRA
Resumo
O afrodescendente não existia em terras brasileiras, tendo sido
emigrado involuntariamente do continente africano, onde eram seqüestrados e
viravam mercadoria , sendo objeto de comércio entre seus captores e seus futuros
donos , que usam sua força de trabalho prioritariamente na agricultura , em especial
no cultivo da cana de açúcar. Aqui chegando transformavam se em escravos
espécie de mercadoria humana , sendo assim despojados dos direitos
contemplados pelos cidadãos livres. Mencionada atividade escravagista não
afrontava o direito positivo sob a ótica do ordenamento jurídico da época, sendo a
primeira constituição brasileira outorgada em 1824, discriminatória com
determinado grupo contribuindo para a manutenção da subvalorização social dos
mesmos no período monárquico que se iniciava . A escravocracia estava
consolidada e tinha a simpatia do reino e cumplicidade dos senhores do poder . O
escravo só poderia ser livre através da alforria, espécie de documento de liberdade
que era comprado ou outorgado pelo seu proprietário. O período imperial viveu sob
o apogeu escravagista; que só viu modificada sua realidade sob a ação política dos
pensadores liberais que absorviam o momento revolucionário e cultural porque
passava a Europa e também à custa de muitas revoltas e insurreições
escravagistas. O processo de liberdade foi um caminho árduo, de difícil
pavimentação, que só teve o seu clímax na derrocada da monarquia; com a sanção
da Lei áurea pela princesa Isabel em 1888. Durante esta fase histórica , o escravo e
o ex escravo viveram igualmente cerceados de direitos , sob o olhar discriminatório
da sociedade brasileira.