TRABALHO PRECARIZADO: A CAMELOTAGEM EM PRESIDENTE PRUDENTE
Resumo
Das atividades informais existentes, a dos camelôs, é sem dúvida a que melhor permite a
visualização da sua dimensão, já que ao se territorializar denuncia as determinações que
compõem o processo social que lhe dá fundamento. Porém, ocorreram transformações no perfil
dos camelôs, e especialmente as que incidem diretamente no âmbito da ocupação dos
trabalhadores, tendo em vista, não ser mais prerrogativa dos "incapacitados" física, educacional
ou intelectualmente, assumindo, pois, novas dimensões e características no que diz respeito à
força de trabalho ocupada. Em Presidente Prudente a problemática que envolve os camelôs
guarda suas especificidades. No entanto, ela não foge às determinações mais amplas que
abarcam a existência deste fenômeno que, como em outras cidades brasileiras, está ligado aos
rearranjos do processo produtivo e de gestão e controle do trabalho, que rebate diretamente nas
elevadas taxas de desemprego, e a atual política econômica recessiva. No nosso entendimento,
faz-se importante o estudo da camelotagem em Presidente Prudente por se tratar de uma cidade
que está entre as maiores do Oeste do estado de São Paulo e por exercer o papel polarizador,
tanto econômico como político na região. A esse respeito, ponderamos que como parte da
mercadoria comercializada no camelódromo é consumida por compradores de municípios
vizinhos, a escala geográfica do fenômeno em apreço deve ser cuidadosamente investigada. Até o
momento foi possível perceber por intermédio da pesquisa bibliográfica, levantamento junto ao
jornal "O Imparcial" e entrevistas junto ao secretário do desenvolvimento econômico, que a
camelotagem em Presidente Prudente teve crescimento significativo a partir de 1990, quando o
poder público municipal encontrava-se em situação delicada, pois tinha que lidar com reclamações
apresentadas pelos comerciantes legalizados, e ao mesmo tempo com os efeitos dos problemas
sócio- econômicos que começavam a crescer nacionalmente a partir do mesmo ano, como fruto
das novas políticas econômicas neoliberais adotadas pelo governo federal. Como resultado
dessas transformações torna-se difícil a organização dos trabalhadores camelôs, seja em
associações, cooperativas ou sindicatos. Entrevistamos os atuais representantes da associação
dos camelôs de Presidente Prudente e o líder do sindicato dos prestamistas e camelôs, e
percebemos que essas formas de organização ainda são formas incipientes que encontram
inúmeros obstáculos ao tentar organizar os trabalhadores camelôs. No nível em que se encontra
nossas investigações, com relação a alguns assuntos, foi possível alcançar a exaustão explicativa,
porém, existem ainda inúmeras dúvidas e apontamentos onde ainda pretendemos avançar nossa
compreensão para a próxima etapa da pesquisa.
visualização da sua dimensão, já que ao se territorializar denuncia as determinações que
compõem o processo social que lhe dá fundamento. Porém, ocorreram transformações no perfil
dos camelôs, e especialmente as que incidem diretamente no âmbito da ocupação dos
trabalhadores, tendo em vista, não ser mais prerrogativa dos "incapacitados" física, educacional
ou intelectualmente, assumindo, pois, novas dimensões e características no que diz respeito à
força de trabalho ocupada. Em Presidente Prudente a problemática que envolve os camelôs
guarda suas especificidades. No entanto, ela não foge às determinações mais amplas que
abarcam a existência deste fenômeno que, como em outras cidades brasileiras, está ligado aos
rearranjos do processo produtivo e de gestão e controle do trabalho, que rebate diretamente nas
elevadas taxas de desemprego, e a atual política econômica recessiva. No nosso entendimento,
faz-se importante o estudo da camelotagem em Presidente Prudente por se tratar de uma cidade
que está entre as maiores do Oeste do estado de São Paulo e por exercer o papel polarizador,
tanto econômico como político na região. A esse respeito, ponderamos que como parte da
mercadoria comercializada no camelódromo é consumida por compradores de municípios
vizinhos, a escala geográfica do fenômeno em apreço deve ser cuidadosamente investigada. Até o
momento foi possível perceber por intermédio da pesquisa bibliográfica, levantamento junto ao
jornal "O Imparcial" e entrevistas junto ao secretário do desenvolvimento econômico, que a
camelotagem em Presidente Prudente teve crescimento significativo a partir de 1990, quando o
poder público municipal encontrava-se em situação delicada, pois tinha que lidar com reclamações
apresentadas pelos comerciantes legalizados, e ao mesmo tempo com os efeitos dos problemas
sócio- econômicos que começavam a crescer nacionalmente a partir do mesmo ano, como fruto
das novas políticas econômicas neoliberais adotadas pelo governo federal. Como resultado
dessas transformações torna-se difícil a organização dos trabalhadores camelôs, seja em
associações, cooperativas ou sindicatos. Entrevistamos os atuais representantes da associação
dos camelôs de Presidente Prudente e o líder do sindicato dos prestamistas e camelôs, e
percebemos que essas formas de organização ainda são formas incipientes que encontram
inúmeros obstáculos ao tentar organizar os trabalhadores camelôs. No nível em que se encontra
nossas investigações, com relação a alguns assuntos, foi possível alcançar a exaustão explicativa,
porém, existem ainda inúmeras dúvidas e apontamentos onde ainda pretendemos avançar nossa
compreensão para a próxima etapa da pesquisa.
Palavras-chave
Trabalho. Informalidade. Precarização.