DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CRIAÇÃO DE RENDA E INCLUSÃO SOCIAL A PARTIR DE PRINCÍPIOS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA
Resumo
Este estudo se baseia em uma experiência prática que se realiza na cidade de Presidente
Bernardes extremo oeste do estado de São Paulo. Observando a lógica de produção que visa
incremento ao próprio capital e confrontando-a com a lógica da produção cooperativista com
bases solidárias, propomos a discussão do sentido do desenvolvimento econômico, resgatando os
principais fatores que contribuíram com a formação da economia brasileira desde sua colonização
até a época atual, enfatizando o período que compreende o governo Juscelino Kubitschek até o
governo Fernando Henrique Cardoso. Encontra-se, nesse período histórico, grandes diferenças no
que diz respeito à adoção de políticas de planejamento econômico visando o fomento do bemestar
social e o desenvolvimento de uma economia competitiva nos moldes dos estados-nações
desenvolvidos. Assim, comparando-as, buscamos o entendimento do processo que levou ao
quadro atual. A partir da análise de um ambiente microeconômico, busca-se enfatizar as
vantagens que podem haver a partir da reativação e revigoramento de sua rede de produção e
trocas domésticas com os agentes ao seu redor, assim, criando dinamismo necessário a várias
cadeias de produção existentes e criando outras, para alcançar o objetivo final dessas ações que
é a geração de renda e a inclusão social. Tal inclusão social, certamente, levará a uma melhora na
condição de vida dado que grande parte da população encontra-se em situação de pobreza e
precária condição de vida, definindo um quadro de maior probabilidade de surgimento de doenças
dos mais variados tipos e, como exemplo o atual estágio do sistema de saúde público, vê-se aqui
que esse problema se agrava ainda mais. A falta de emprego provocado pelo baixo investimento
em setores estratégicos e o alto grau de competitividade dos grandes produtores – que tomam
grande parte do mercado consumidor dos produtos que poderiam ser potencialmente produzidos
por pequenas associações e que nem chegam a se formar pelo fato que na maioria das vezes
falta organização – pressionam parte da população rural a se deslocar para os centro urbanos,
criando-se bolsões de pobreza que, juntamente à marginalização, são as maiores moléstias
sociais da contemporaneidade. A inclusão social é proposta a partir de conceitos da economia
solidária, focando necessariamente o desenvolvimento do ser humano, esse, por sua vez,
proporcionado pela atividade econômica que não fuja de sua potencialidade local, como por
exemplo, a agricultura em pequenas propriedades, por meio de criação de estufas para produção
de hortaliças. Tal potencialidade pode ser ainda mais aproveitada pela assessoria econômica do
negócio, analisando a viabilidade autogerida do negócio e aplicando ferramentas
microeconômicas para o melhor gerenciamento da atividade. Assim, vemos o beneficio necessário
que tais ações objetivam no resgate da dignidade humana e o convívio com a prática da
cidadania, dado de sucesso de inúmeras experiências desse tipo em ambientes também muito
diversificados.