O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE ISRAEL NA PERSPECTIVA DOS KIBUTZIM

Graziella P. O. SOUZA, Francisco MAIA NETO

Resumo


O presente trabalho investiga o desenvolvimento da economia solidária nos kibutzim em
Israel. Tendo como referencial a idéia de que os kibutzim são fazendas coletivas auto-geridas, o
estudo considerou aspectos formativos desses kibutzim, bem como seu desenvolvimento sócioeconômico
e a sua relevância para a economia de Israel. Os kibutzim surgiram na década de 40 com
o principal intuito de abrigar e manter judeus sionistas oriundos da Europa, fugidos de perseguições,
essencialmente de cunho religioso. A partir desses dados, tornou-se possível relatar aspectos sociais
do meio rural de Israel e defrontá-los com o meio urbano. O estudo considerou a importância destas
comunidades para o meio capitalista, especialmente no âmbito da produção com vistas à exportação,
hoje principal fonte de renda do país. Tais fazendas fixaram-se em áreas de pequeno espaço físico,
nas quais os principais empecilhos para seu desenvolvimento foram as condições físicas e climáticas
da região. Mas, apesar dos problemas iniciais, possibilitou conseguir alta produtividade agrícola
agregada a tecnologia, onde se sustenta uma sociedade comunitária que preserva sua cultura e
tradições milenares. A partir de análises de documentos provindos da própria embaixada de Israel,
houve a possibilidade de verificar a participação do Estado na vida cotidiana dos israelenses, tanto os
que habitam o meio rural, como os centros urbanos. Tal participação ocorre através da saúde,
educação e formação militar, destinados a todos os habitantes do Estado. Em decorrência da questão
econômica do país, afirma-se que, apesar dos kibutzim se voltarem à produção com fins na
exportação, ainda prevalece, nos dias atuais, o modelo inicial da economia solidária, na qual os seus
membros trabalham para o bem comum e onde os lucros de tal comércio exterior são revertidos a
todos os seus integrantes em forma de melhoria do sistema interno e ajuda de custo individual. Dentre
outros aspectos, verificou-se, também, a importância da participação de jovens estrangeiros –
oriundos dos mais diversos países – na consolidação e divulgação deste sistema de vivencia
comunitária e, ao mesmo tempo, produção desenvolvida com tecnologia que permite sua
permanência na economia capitalista do país. Podemos, pois, concluir que apesar de todos os
conflitos de ordem política-religiosa-social de que é acometido o país desde a sua consolidação, em
1948, os kibutzim conseguem manter uma estrutura sócio-econômica bem fundada, digna de países
de primeiro mundo, sem que para tanto tenham que abrir mão de seu intuito primeiro de construir uma
sociedade igualitária com vistas no bem comum.

Palavras-chave


Israel. kibutz. Economia solidária.

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