Relação entre a circunferência de braço com a ocorrência de sinais e sintomas em programas de reabilitação cardíaca: um estudo observacional longitudinal

Anna Júlia Leal RODRIGUES, Heloisa Balotari VALENTE, Luiz Carlos Marques VANDERLEI

Resumo


Introdução: Durante as sessões dos Programas de Reabilitação Cardíaca (PRC), os participantes podem apresentar sinais e/ou sintomas, como angina, fadiga e alteração de pulso. Estudos prévios mostraram que a circunferência de braço (CB) pode estar relacionada a um maior risco de mortalidade por doenças cardiovasculares (DCV) e por todas as causas em cardiopatas. Nesse sentido, investigar se existe relação entre a CB e a ocorrência de sinais e/ou sintomas em PRC pode contribuir para aumentar a segurança nesses programas, já que tais informações poderão ser utilizadas para a determinação das condições de monitorização e estratificação de risco. Objetivo: avaliar a relação entre a CB com a ocorrência de sinais e sintomas em PRC. Metodologia: Foram avaliados 68 voluntários (65,81±11,67 anos), com diagnóstico de DCV e/ou fatores de risco cardiovascular, que frequentam regularmente um PRC baseado em exercício. Inicialmente, foi feita a mensuração da CB, por meio de uma fita métrica inelástica, no hemicorpo direito do voluntário, no ponto médio entre o acrômio e o olécrano. Os sinais (alterações de pulso, pressão sistólica acima de 200 mmHg durante o exercício, taquipneia, palidez e pressão diastólica acima de 120 mmHg durante o exercício) e sintomas (fadiga, dor muscular, angina, tontura, náusea e câimbra) foram avaliados durante 24 sessões do PRC ao final de cada etapa da sessão (repouso inicial, aquecimento, resistência e relaxamento) e contabilizados por sessão. Para avaliar a relação entre a CB e a ocorrência de sinais e sintomas foi utilizada a correlação de Pearson ou Spearman (Teste de normalidade – Shapiro-Wilks), considerando p<0,05. Resultados: A CB média da amostra foi de 32,80±4,16 cm, com variação entre 23 e 45 cm. Os principais sinais e sintomas observados foram: alteração de pulso (n= 260), dor muscular (n= 98) e fadiga (n= 85). Foi observada correlação positiva fraca entre CB com a ocorrência de pressão arterial diastólica aumentada durante o exercício (r=0,242). Conclusões: Maior CB foi relacionada a pressão arterial diastólica aumentada durante o exercício em PRC.

Palavras-chave


Reabilitação Cardíaca. Sinais e sintomas. Antropometria. Circunferência Braquial.

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