SINAIS DE ESTRESSE EM JOVENS UNIVERSITÁRIOS SEGUINTE AO RETORNO PRESENCIAL DAS AULAS APÓS A PANDEMIA POR COVID-19

Iara MACHADO, Matheus TARUMOTO, Wellington LEÃO, Alessandra MANTOVANI

Resumo


Introdução: A pandemia por Covid-19 causou diversas alterações, inclusive no âmbito universitário, onde instituições por segurança se adequaram ao ensino remoto. Embora estudos apontem para índices preocupantes de saúde mental entre estudantes universitários, a pandemia impôs circunstâncias ainda mais desafiadoras. Entretanto, não são estão claras tais repercussões no período pós pandemia. Objetivos: Analisar a presença de sinais de estresse entre universitários no momento de retorno das aulas presenciais pós pandemia por COVID-19. Métodos: Estudo transversal observacional realizado com alunos de um Centro Universitário e aprovado pelo comitê de ética (CAAE: 58821022.9.0000.8132). Foram questionados sobre o retorno à presencialidade e aplicado o inventário de sintomas de stress para adultos de Lipp (ISSL) em que indica a presença de estresse e diagnostica a fase em que se encontra (alerta, resistência e exaustão). Os dados foram analisados pelo SPSS e considerou-se p<0,05 . Resultados: A amostra contou com 95 participantes com idade média de 21,71±6,18 anos e a maioria do sexo feminino (57%). Considerando os valores médios de massa corporal (70,53±16,46 kg) e estatura (1,69±0,09 m), o índice de massa corporal foi em média 23,83±6,12 kg/m2. Dentre os alunos, 22 eram da área da saúde (23%), 33 cursavam direito (35%), 21 negócios (22%), engenharia e arquitetura (19%) e 1 pessoa cursava gastronomia (1%). Mostraram que 81% se sente seguro(a) no retorno à faculdade e 76% afirmaram que a família se sente segura também, mas 23% se sente ansioso(a) com o retorno. Dentre os participantes, 6% prefere aulas remotas, 25% prefere aulas híbridas e 69% prefere aulas presenciais e 45% tem maior rendimento em provas online e 55% apresenta maior rendimento em provas presenciais. No LIPP, nota-se que 13% estavam com estresse em fase de alerta, 60% encontravam-se com estresse na fase de resistência e, por fim, 26% em fase de exaustão no estresse. A questão sobre se sentir seguro ao retornar às aulas presenciais teve relação com se sentir ansioso com o retorno (r=-0,497, p=0,001), com o fato da família se sentir segura (r=0,666, p=0,001) e com a fase de exaustão de estresse (r=-0,211, p=0,041). A questão sobre se sentir seguro(a) ao retornar à presencialidade teve relação, além com a questão anterior, com a segurança que a família sente (r=0,666, p=0,001) e LIPP na fase de exaustão (r=-0,211, p=0,041). Esta análise avançou para uma regressão logística binária que indicou não se sentir seguro com o retorno aumenta três vezes sua chance para sinais de estresse na fase de exaustão [(OR: 3,00 (1,018–8,842)]. Conclusão: Ao analisar os dados nota-se que a maior quantidade de alunos se sentem seguros com o retorno às aulas presenciais, preferem aulas presenciais e se encontram em fase de resistência ao estresse.

Palavras-chave


Estresse. Covid-19. Universitários. Saúde mental. pandemia.

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