NOTAS SOBRE O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DA ONU E O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO AMPLIADO PARA AS UNIDADES DA FEDERAÇÃO DO BRASIL (1996)
Resumo
Desde de 1990, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) encomenda o
Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) a um grupo independente de especialistas para
examinar os temas principais dos assuntos mundiais concernentes à evolução econômica e social
das nações. Até a incorporação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) como mecanismo
de aferição do grau de desenvolvimento das nações, eram utilizados apenas os referenciais de
Produto Interno Bruto (PIB) e renda per capita com essa finalidade, o que induzia, muitas vezes, aperspectivas um tanto quanto distorcidas da realidade socioeconômica dos países. Assim, o Índice
de Desenvolvimento Humano criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) surgiu com o
intuito de agregar ao processo de avaliação de progresso econômico dos países outros
indicadores além especificamente do de renda, muitas vezes colocado na noção de Produto
Interno Bruto per capita como a única visão acerca do desenvolvimento econômico. Nessesentido, a ONU, a partir dos trabalhos coordenados por Mahbub ul Haq e Amartya Sem,
desenvolveu outros indicadores, como o de esperança de vida e o de educação que, agregados
ao indicador PIB per capita, vieram dar à noção de IDH uma dimensão mais ampla à perspectivado desenvolvimento humano. Nesse sentido, Rufato et al. (2001) propõe uma nova forma de
avaliação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Isto porque o perfil de separação para a
construção do novo indicador abrange taxas e índices que o aproximam mais da realidade das
Unidades da Federação do Brasil, considerando o ano de 1996. Num primeiro momento, são
apresentados alguns aspectos gerais do IDH utilizado pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD). Subseqüentemente, foi proposto um novo método de se calcular o IDH,
ao qual se denominou Índice de Desenvolvimento Humano Ampliado (IDHA), composto por três
dimensões básicas: Longevidade, Educação e Renda. A proposta desenvolvida no trabalho dos
autores, acrescentando-se algumas outras variáveis à concepção do IDH-ONU, foi de apontarem
uma abordarem que refletisse aspectos mais realistas do panorama social brasileiro: suas
desigualdades regionais e os problemas socioeconômicos não captados pelo IDH-ONU. O
resultado obtido no trabalho mostra uma diferença significativa com relação ao índice do PNUD,
tanto nas Unidades da Federação, como no próprio Brasil. Assim, trabalhos que pudessem apurar
essa problemática poderiam contribuir com o aperfeiçoamento da metodologia do IDH-ONU que,
pelo menos no caso do Brasil, reflete uma realidade utópica se comparada à dos dados do IDHA
propostos pelos autores.