A REFORMATIO IN PEJUS INDIRETA NO PROTESTO POR NOVO JÚRI

Adriano Montoro Nicácio, Gabriel Lino de Paula Pires

Resumo


O presente trabalho tem como escopo demonstrar o caráter constitucional do
princípio da vedação da reformatio in pejus, por ser desdobramento do Princípio
Constitucional da Ampla Defesa, elencado em nossa Carta Magna, em seu artigo 5º,
LV. Consignou-se, portanto, que não é correta a possibilidade de aplicação da
reformatio in pejus indireta no recurso de Protesto por Novo Júri, visto que não
existe uma hierarquia entre os princípios da Soberania dos Veredictos e da vedação
da reformatio in pejus indireta, mas sim um conflito de ordem constitucional. A
posteriori, coloca-se que prevalecerá a vedação da reformatio in pejus indireta, pois
deve ser feita uma ponderação dos bens e valores envolvidos, devido esse instituto
ser intrínseco ao Princípio Constitucional da Ampla Defesa, visto que esse é o ápice
e o objeto do próprio poder julgador do Estado e do direito à prestação jurisdicional
correta em prol do cidadão, juntamente com o Princípio do Devido Processo Legal,
além de ser o Protesto por Novo Júri um recurso fundado no Favor Rei, Favor
Libertatis e Favor Defensionis. Para tanto, dá-se um enfoque histórico e evolutivo à
instituição do Tribunal do Júri, desde os primórdios até os dias de hoje, mais
especificamente no Brasil, descrevendo as principais mudanças e fatos relevantes,
da sua introdução no ordenamento brasileiro até à promulgação da Constituição
vigente. Também são analisados os princípios da soberania dos veredictos, do sigilo
das votações, da plenitude de defesa, comparativamente com o Princípio da Ampla
Defesa e a competência constitucional do Tribunal do Júri, que regem a presente
instituição, bem como o Princípio da Vedação da Reformatio in Pejus; as
características, efeitos e peculiaridades do recurso do Protesto por Novo Júri.
Palavras-chave: Reformatio in pejus. Protesto por Novo Júri. Soberania dos
Veredictos. Sigilo das Votações. Ampla Defesa. Competência.

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