BURNOUT EM ENFERMEIROS E A SOCIEDADE DO DESEMPENHO: IMPLICAÇÕES JURÍDICAS, INTERPRETAÇÕES PSICANALÍTICAS E DESAFIOS PARA POLÍTICAS PÚBLICAS
Resumo
A síndrome de burnout, reconhecida pela OMS como um fenômeno ocupacional, tem se consolidado como um dos principais problemas de saúde mental contemporâneos. Caracterizada por exaustão emocional, despersonalização e perda de realização profissional, surge especialmente em contextos de alta demanda laboral, como o ambiente hospitalar. O fenômeno, contudo, não pode ser compreendido de modo isolado: ele se articula com o neocapitalismo, os algoritmos e as redes sociais, que alimentam ideais de produtividade e de vida perfeita. Na enfermagem, a prevalência é elevada, gerando graves repercussões na qualidade de vida dos trabalhadores e na assistência prestada. A psicologia, com destaque para a psicanálise lacaniana, oferece perspectivas de escuta, tratamento e prevenção, enquanto o direito reconhece o burnout como doença ocupacional, com garantias trabalhistas e previdenciárias. Este artigo propõe uma análise interdisciplinar, articulando psicologia, psicanálise e direito, a fim de compreender a complexidade do burnout e propor caminhos de enfrentamento e prevenção.
Palavras-chave
Burnout; Direito; Psicanálise; Enfermagem; Saúde