RUANDA: MEMÓRIAS DE UM GENOCÍDIO
Resumo
O presente trabalho discorreu sobre a colonização européia de Ruanda,
um país localizado na chamada África Central e os problemas por ela causados,
entre os quais o genocídio. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica com livros,
revistas, jornais, doutrinas, documentários, filmes, e sites específicos da Internet.
Fez uso dos métodos dedutivo e indutivo, importantes para uma conclusão sobre o
tema pesquisado. Abordou-se o processo da colonização européia ocorrida no país,
primeiro pela Alemanha e depois pela Bélgica. Ruanda é um país africano, cuja
população está dividida principalmente em três etnias: hutu, tutsi e twa. Desde o
período pré-colonial havia algumas diferenças entre as “raças”, mas foi com a
colonização que elas se tornaram motivos de repressão, exclusão e conflitos. Isto
porque, para os colonos belgas, os tutsis, pastores em sua maioria, era um povo
mais evoluído e, além disso, possuíam traços físicos mais finos e distintos, se
assemelhando aos europeus, apesar dos efeitos da miscigenação. Para eles, os
hutus eram baixos e “brutos”, tinham feições mais “feias” por causa de seus narizes
e bocas mais grossos, cabelos e peles mais escuros. Não sabiam criar gados e por
isso foram transformados nos vassalos dos tutsis, que tinham cada vez mais poder
econômico e político, assim como melhores condições de vida, tornando-se
aristocratas por muitos anos. Com o passar do tempo, a Bélgica, já enfraquecida e
sofrendo pressão das Nações Unidas para favorecer a independência de Ruanda,
decide passar o poder político para os hutus. Através de uma série de processos,
reformas e golpes os hutus assumiram o poder e passaram a perseguir os tutsis,
tirando-os dos cargos políticos, estipulando cotas para escolas, hospitais e
universidades. Vários ataques em massa contra a população tutsi foram perpetrados
ao longo dos anos. Os principais ocorreram em 1959, 1973 e 1990. Até que em abril
de 1994, após um atentado ao avião do presidente hutu Juvénal Habyarimana - que
vinha assinando acordos de paz e cessar-fogo com o exército rebelde dos tutsis,
chamado de Frente Patriótica Ruandesa - cuja culpa recaiu sobre os tutsis;
imediatamente os líderes do Poder Hutu e suas milícias denominadas interahamwe
passaram a massacrar os tutsis de todo o país. Incendiavam suas casas, pilhavam
seus bens, estupravam as mulheres, matavam crianças recém-nascidas. Locais
como igrejas, conventos, escolas e hospitais não foram poupados e foram palcos
dos maiores números de assassinatos em massa. A ordem era toda a população
hutu matar toda a população tutsi. A Frente Patriótica Ruandesa foi avançando e
realizando trocas entre os prisioneiros hutus de seu lado e prisioneiros e vítimas
tutsis do outro, até que em julho de 1994, cem dias depois do início das matanças,
conseguiram tomar a capital kigali e a maioria das cidades de Ruanda. Com isso,
mais de um milhão de hutus fugiram para os países vizinhos, principalmente para o
Congo (ex-Zaire), porém, deixando para trás quase um milhão de mortos, casas
queimadas, lavouras destruídas, doenças como AIDS e malária, órfãos e muitos
milhões de refugiados.