RUANDA: MEMÓRIAS DE UM GENOCÍDIO

Ligia Maria Lario Fructuozo, Sérgio Tibiriçá Amaral

Resumo


O presente trabalho discorreu sobre a colonização européia de Ruanda,

um país localizado na chamada África Central e os problemas por ela causados,

entre os quais o genocídio. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica com livros,

revistas, jornais, doutrinas, documentários, filmes, e sites específicos da Internet.

Fez uso dos métodos dedutivo e indutivo, importantes para uma conclusão sobre o

tema pesquisado. Abordou-se o processo da colonização européia ocorrida no país,

primeiro pela Alemanha e depois pela Bélgica. Ruanda é um país africano, cuja

população está dividida principalmente em três etnias: hutu, tutsi e twa. Desde o

período pré-colonial havia algumas diferenças entre as “raças”, mas foi com a

colonização que elas se tornaram motivos de repressão, exclusão e conflitos. Isto

porque, para os colonos belgas, os tutsis, pastores em sua maioria, era um povo

mais evoluído e, além disso, possuíam traços físicos mais finos e distintos, se

assemelhando aos europeus, apesar dos efeitos da miscigenação. Para eles, os

hutus eram baixos e “brutos”, tinham feições mais “feias” por causa de seus narizes

e bocas mais grossos, cabelos e peles mais escuros. Não sabiam criar gados e por

isso foram transformados nos vassalos dos tutsis, que tinham cada vez mais poder

econômico e político, assim como melhores condições de vida, tornando-se

aristocratas por muitos anos. Com o passar do tempo, a Bélgica, já enfraquecida e

sofrendo pressão das Nações Unidas para favorecer a independência de Ruanda,

decide passar o poder político para os hutus. Através de uma série de processos,

reformas e golpes os hutus assumiram o poder e passaram a perseguir os tutsis,

tirando-os dos cargos políticos, estipulando cotas para escolas, hospitais e

universidades. Vários ataques em massa contra a população tutsi foram perpetrados

ao longo dos anos. Os principais ocorreram em 1959, 1973 e 1990. Até que em abril

de 1994, após um atentado ao avião do presidente hutu Juvénal Habyarimana - que

vinha assinando acordos de paz e cessar-fogo com o exército rebelde dos tutsis,

chamado de Frente Patriótica Ruandesa - cuja culpa recaiu sobre os tutsis;

imediatamente os líderes do Poder Hutu e suas milícias denominadas interahamwe

passaram a massacrar os tutsis de todo o país. Incendiavam suas casas, pilhavam

seus bens, estupravam as mulheres, matavam crianças recém-nascidas. Locais

como igrejas, conventos, escolas e hospitais não foram poupados e foram palcos

dos maiores números de assassinatos em massa. A ordem era toda a população

hutu matar toda a população tutsi. A Frente Patriótica Ruandesa foi avançando e

realizando trocas entre os prisioneiros hutus de seu lado e prisioneiros e vítimas

tutsis do outro, até que em julho de 1994, cem dias depois do início das matanças,

conseguiram tomar a capital kigali e a maioria das cidades de Ruanda. Com isso,

mais de um milhão de hutus fugiram para os países vizinhos, principalmente para o

Congo (ex-Zaire), porém, deixando para trás quase um milhão de mortos, casas

queimadas, lavouras destruídas, doenças como AIDS e malária, órfãos e muitos

milhões de refugiados.


Palavras-chave


Ruanda, genocídio, etnias, hutus, tutsis, interahamwe, Frente Patriótica Ruandesa, facão, pilhagem, milícias, Bélgica, Organização das Nações, Unidas, massacres, vizinhos, mortes.

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