ANÁLISE DINÂMICA DA FORMAÇÃO DE “MICROCLUSTER” NO MERCADO DE HORTALIÇAS NA MESOREGIÃO DE LONDRINA

Carlos Eduardo CALDARELLI, Márcia Regina Gabardo da CAMÂRA

Resumo


A mesoregião de Londrina possui um potencial expressivo na produção de hortaliças, tal potencial se
corrobora por meio de dados da central de abastecimento da cidade que representa uma grande
ofertante para toda a região norte do Paraná, sul de São Paulo e sul do Mato Grosso do Sul, mas, tal
mercado é caracterizado por pequenas propriedades dispersas que são responsáveis pela oferta,
tendo em vista tal característica temos que os produtores sofrem duplo estrangulamento, na compra de
insumos onde não podem baratear custos e na venda de produtos onde não têm como determinar
preços, essa estrutura de mercado caracterizada como próxima da concorrência perfeita, tem
elementos primitivos que se associados à cooperação poderiam caracterizá-la com “cluster” segundo
os termos da OCDE. Portanto com base no recorte analítico de estruturas em rede, especialmente da
Teoria Geral dos clusters analisamos os elementos primitivos presentes em tal mercado, como
delimitação geográfica e possibilidade de governança, desta maneira o presente estudo aponta a
possibilidade de formação de arranjo produtivo local Agrícola, que por meio desta estrutura em rede
possibilitariam ganhos substanciais para tais produtores afastando-os da concorrência perfeita e
aproximando-os da concorrência Monopolística, principalmente pela possibilidade de diferenciação e
cooperativismo entre estes pequenos produtores, sendo observado tanto na compra de insumos
quanto na venda conjunta dos produtos finais, possibilitando ganhos generalizados em termos
regionais, pois quando inserimos tais mudanças em um contexto regional (local) temos um “spill over”
de técnicas para toda uma região, observamos que inovação e a cooperação deste determinado nicho
Agrícola têm importante papel para as demais atividades da região, outros nichos que enfrentem o
mesmo problema de estrangulamento podem recorrer à aglomeração como solução. A guiza de
conclusão temos que a presente análise de viabilidade de “clusterização” apresenta uma característica
altamente desejável para o desenvolvimento regional Agrícola, a possibilidade de cooperação e
diferenciação de produtos que afastaria pequenos produtores de situação de meros ofertantes ínfimos
em um mercado altamente competitivo e os levaria a uma posição de produtores cooperados, mas em
termos de arranjo produtivo local tendo, portanto como objetivação à cooperação, diferenciação e
inovação, que pode ser observada tanto em ternos endógenos ao arranjo, na questão de treinamentos
e preparo para um melhor rendimento, como em termos exógenos como a comercialização,
mercadologia dos produtos e até mesmo compra e venda conjunta que reduziria o papel dos
intermediários na transação. Podemos desta maneira com a apresentação dos dados do referido
artigo, inferir que a condição em que a agricultura brasileira, em especial a agricultura familiar, se
encontra temos um verdadeiro estrangulamento das extremidades, e por esta razão temos na
ambientação fornecida pela via da “clusterização” uma alternativa à maneira de organização da
agricultura familiar no campo.

Palavras-chave


Cooperação. Inovação. Produtividade.

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