EXISTE RELAÇÃO ENTRE O TEMPO DE DIAGNÓSTICO E O COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO EM INDIVÍDUOS PÓS-AVE?
Resumo
O acidente vascular encefálico (AVE) é considerado uma das causas mais frequentes de incapacidade física no mundo. O quadro clínico do paciente pós-AVE é caracterizado por alterações sensoriais, cognitivas e motoras, dependentes da área e amplitude da lesão. As alterações motoras são as principais causas da incapacidade nessa população. De acordo com a literatura, a deficiência causada pelo AVE pode se agravar ao longo do tempo, o que pode contribuir para o aumento no tempo gasto em comportamento sedentário. Objetivo: Investigar se o tempo de diagnóstico está relacionado ao comportamento sedentário em indivíduos pós-AVE. Metodologia: Estudo observacional de corte transversal, no qual foram avaliados 15 indivíduos (57,73±12,58 anos; mulheres: 4; homens: 11) com diagnóstico médico de AVE, participantes de um programa ambulatorial de reabilitação para pessoas com disfunções neurológicas. Esses indivíduos tiveram o tempo de diagnóstico obtido dos seus prontuários e o comportamento sedentário foi avaliado por meio do Questionário de Comportamento Sedentário para Idosos (LASA-SBQ) e pela utilização do acelerômetro durante 3 dias. A análise da relação entre o tempo de diagnóstico e o comportamento sedentário foi avaliada por meio da correlação de Pearson ou Spearman, de acordo com a normalidade dos dados (teste de Shapiro-Wilk). Foi adotado nível de significância de <5%. Resultados: A média de tempo gasto em comportamento sedentário foi de 1223,67±310,57 (LASA-SBQ) e 3213,33±1820,60 (acelerômetro). Não foi encontrada correlação entre tempo de diagnóstico e comportamento sedentário, por meio do LASA-SBQ (r= -0,198; p= 0,48) ou pelo acelerômetro (r= -0,172; p= 0,540). Conclusão: O tempo de diagnóstico não está relacionado ao comportamento sedentário em indivíduos pós-AVE. Isso é independente do comportamento sedentário ser obtido de forma direta ou indireta.