ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM UNIVERSITÁRIOS NO RETORNO À PRESENCIALIDADE DAS AULAS APÓS A PANDEMIA POR COVID-19

Iara MACHADO, Larissa CUSTÓDIO, Roberta LOURENÇO, Alessandra MANTOVANI

Resumo


Introdução: Na pandemia do COVID-19 o mundo foi surpreendido e inúmeros setores se ajustaram, inclusive, instituições precisaram interromper experiências de ensino presenciais subitamente. Tal mudança parece ter criado barreiras no aprendizado e cargas estressantes de trabalho agravados pelo isolamento social levando a sentimentos de inutilidade, procrastinação e, assim, despertar a sintomatologia de ansiedade e depressão. Objetivo: Analisar a ocorrência de sinais de ansiedade e depressão entre universitários na fase de retorno às aulas presenciais após a pandemia por COVID-19. Métodos: Estudo transversal observacional realizado com alunos de um Centro Universitário e aprovado pelo comitê de ética (CAAE: 58821022.9.0000.8132). A avaliação foi composta por perguntas relacionadas ao retorno à presencialidade e aplicação da Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) constituída por 14 itens. Resultados: A amostra contou com 95 participantes de ambos os sexos, sendo 54 (57%) do sexo feminino e 41 (43%) do masculino, com idade média de 21,71±6,18 anos. Dentre os alunos, 22 eram da área da saúde (23%), 33 cursavam direito (35%), 21 negócios e tecnologia (22%), engenharia e arquitetura (19%) e 1 pessoa gastronomia (1%). Desses, 33 estão no quinto termo do curso (35%), 25 no terceiro termo (27%), 19 (20%) eram calouros e 22 (23%) divididos entre outros. Quando questionados, os participantes mostraram que 81% se sente seguros(a) no retorno presencial à faculdade e 76% afirmaram que a família se sente segura com esse retorno, mas 23% se sente ansioso(a) ao retornar. Dentre os participantes, 6% preferem aulas remotas, 25% preferem aulas híbridas e 69% preferem aulas presenciais. E, ainda, declaram que 45% tem o maior rendimento em provas online enquanto 55% apresenta maior rendimento nas presenciais. A pontuação no questionário HADS foi em média de 23,83±6,12 pontos entre os estudantes. Ao observar categoricamente esses dados gerais, nota-se que 18% encontra-se sem sinais de ansiedade e depressão, 17% com sinais leves, 31% com sinais moderados e 35% com sinais severos de ansiedade e depressão. Outra análise separando os dados por ansiedade e depressão mostram que 48% apresentavam sinais de improvável ansiedade, 25% possível ansiedade e 26% provável ansiedade. Ainda, 76% com improvável depressão, 17% possível depressão e 7% provável depressão. A escala HAD mostrou relação de ansiedade com a questão sobre se sentir seguro com o retorno às aulas presenciais (r=-0,221, p=0,033) e de depressão com o termo da faculdade que o aluno se encontra (r=-0,209, p=0,043), além das relações com as fases do questionário LIPP já supracitados. Conclusão: A maioria dos alunos se sentem seguros ao retornar às aulas presenciais, apresentando maior preferência de estar em sala de aula e maior rendimento em provas presenciais. Em relação á ansiedade e depressão observa-se que a maioria se encontra com sinais severos de ansiedade e depressão.

Palavras-chave


Covid-19. Ansiedade. Depressão. Saúde mental. Universitários.

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