SEDENTARISMO, ESTRESSE E QUALIDADE DO SONO DE FUNCIONÁRIOS ADMINISTRATIVOS DE UM CENTRO UNIVERSITÁRIO

Mateus Oliveira da COSTA, Alessandra Madia MANTOVANI FABRI

Resumo


Introdução: Os hábitos de vida dos trabalhadores refletem diretamente na sua
qualidade de vida, aumentando seus níveis de estresse e afetando seu sono, podendo
ser considerados fatores de riscos para outras desordens. Inclusive, podem repercutir
sobre sua satisfação e rendimento no trabalho. Objetivo: Traçar um perfil dos hábitos
de vida e sedentarismo de trabalhadores de funções administrativas de um centro
universitário. Metodologia: Estudo transversal observacional, aprovado pelo comitê
de ética (CAEE: 58820822.5.0000.8132). A avaliação contou com uma entrevista
sobre dados gerais e antropométricos, foi aferida a pressão arterial, informações sobre
presenteísmo e absenteísmo e o consumo e tabaco e álcool. O instrumento para
analisar os sinais de estresse foi o inventário de sintomas de stress de Lipp (ISSL). O
comportamento sedentário foi avaliado pelo questionário de Mielke, sendo analisada
a mediana do tempo diário em minutos das atividades questionadas e para a
qualidade do sono foi utilizado o Mini-sleep Questionnaire. Resultados: A amostra
contou com 16 profissionais de funções administrativas de ambos os sexos de um
centro universitário, sendo a maioria mulheres (81%) e idade média de 33,75±9,67
anos. Nessa amostra, 63% declarou-se casado, 31% equivalem a solteiros e 6%
divorciados. O índice de massa corporal foi de 29,54±6,23 kg/m2, relação cinturaquadril
média de 0,87±0,15 e valores de pressão arterial sistólica 116,87±9,45 mmHg
e pressão arterial diastólica 73,75±8,85 mmHg. Nos últimos 12 meses, 9 relataram
faltar ao trabalho por questões de saúde, sendo a maioria dessas faltas (56%)
ocasionadas pela Covid-19 e quatro participantes (26,7%) trabalharam mesmo
doente. Quantos aos hábitos, 9 (56%) declaram consumir bebidas alcoólicas, e dentre
eles, 75% responderam consumir raramente ou aos finais de semana e apenas um
participante declarou-se tabagista. Dez (62,5%) relataram assistir televisão todos os
quase todos os dias, em torno de 120 minutos (máxima: 240 minutos, mínima: 60
minutos). Dentre eles, 6 (37,5%) utilizam computador em casa por 105 minutos
(máxima: 480 minutos, mínima: 20 minutos) e 7 (43.75%) estudam além do trabalho
(mediana: 150 minutos, máxima: 300 minutos, mínima: 120 minutos). O tempo
sentado no trabalho foi de 375 minutos (máxima: 480 minutos, mínima: 20 minutos),
enquanto a de meios de transporte foi de 40 minutos (máxima: 280 minutos, mínima:
20 minutos). No questionário mini sleep obtiveram em média 26,38±11,98 pontos,
sendo seis participantes classificados com sono bom, quatro como sono levemente 

alterado, um como sono moderadamente alterado e quatro como sono muito alterado.
Quanto ao ISSL, 4 (25%) se encontram na fase de resistência do estresse, enquanto
os demais não se classificam em nenhuma fase de estresse. Conclusão: A população
possuí sono alterado, não apresenta níveis elevados de estresse e passam maior
parte do dia engajados em comportamento sedentário.


Palavras-chave


Saúde do trabalhador. Estresse. Hábitos de vida. Sedentarismo. Sono.

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