A QUESTÃO DA VIOLÊNCIA NA COLÔMBIA E SUA INFLUÊNCIA NA EDUCAÇÃO

Alexandre Gonçalves Negri, Andréia Cristiane Silva Wiezzel

Resumo


Geralmente, quando se pensa na Colômbia, associa-se ao país a pobreza, violência, tráfico de drogas, desigualdades sociais dentre outros. Devido a essa percepção nunca se imagina que um país onde a guerrilha está presente há mais de 40 anos associada à falta de confiança internacional, pode ser citada como um modelo educativo eficiente em direção à erradicação do analfabetismo e bem visto como um novo foco turístico. A Colômbia, assim como o Peru e Venezuela, constitui um país no qual se verifica uma crise extrema, onde se produz colapso parcial do Estado, altíssimos níveis de violência e também crise econômica e política. Compreender esse contexto certamente auxiliará na compreensão do reflexo deste sobre a educação O presente projeto de Estágio não obrigatório teve como objetivo principal, conhecer e compreender, em linhas gerais, a questão da histórica violência verificada na Colômbia e a influência do entorno político e social nesta no processo educativo de crianças e jovens além de suscitar e contribuir a uma reflexão acerca da visão errônea de que Colômbia é tão somente um país pobre e não desenvolvido. A leitura de bibliografia específica fornecida pelo Ministério de Educação colombiano e a busca de filmes e/ou documentários foi à maneira encontrada para adentrar no objeto especifico deste projeto, visando obter uma visão panorâmica dos elementos constitutivos do universo educacional e social colombiano. A guerra ameaça a educação Os professores colombianos são vitimas de seqüestros e assassinatos. Para muitos docentes do país, o exercício de sua profissão é de alto risco, pois também contra eles apontam os fuzis dos grupos guerrilheiros e paramilitares. No caso dos deslocamentos forçados, muitos dos docentes, aterrorizados, decidem trocar de função e localizar-se em outras áreas urbanas. Dependendo dos riscos que enfrentam podem ser transladados a outros Estados ou inclusive a outros países, se sua situação o fizer necessário. Ainda que os índices de delitos contra os educadores colombianos têm diminuído, em algumas regiões do país ser professor é ser objetivo dos grupos armados ilegais. Na última década, 207 educadores foram seqüestrados, 41 deles permanecem ainda em poder de seus seqüestradores e 11 foram assassinados em cativeiro. Além da privação da liberdade, os professores tem sido alvo indiscriminado dos grupos armados a margem da lei, que pretendem apagar a voz dos educadores e semear o medo em seus colegas, alunos e comunidade geral, por meio da pressão psicológica e choque emocional que produz a morte. Este tipo de violação ao Direito Internacional Humanitário, de acordo com a Unesco, contribuem a que Colômbia ocupe a 86ª posição a nível mundial em deserção de crianças do sistema educativo.

Palavras-chave


Colômbia. Violência. Magistério. Educação.

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